Nos séculos que antecederam o Novo Reino do Egito, que ascendeu em 1500 aC, muitos governos da região guerrearam entre si. Agora, os arqueólogos descobriram evidências de um desses reinos perdidos, incluindo o túmulo de um de seus líderes.
O faraó Senebkay, que teria vivido há cerca de 3.650 anos, governou um reino que existia séculos antes de o Egito se tornar o poderoso império que nós associamos com o reinado dos faraós lendários como Ramsés, o Grande. Sua dinastia teria lutado contra outras facções para controlar as vastas regiões férteis que margeavam o Rio Nilo e o Mar Vermelho
tes hieróglifos, vemos a frase “Filho de Rá, Senebkay”.
Um arqueólogo da Universidade de Pensilvânia (EUA), Josef Wegner, estava escavando o túmulo nas proximidades de outro rei, Sobekhotep, quando tropeçou no túmulo de Senebkay. “Descobrimos um rei desconhecido e mais uma dinastia perdida. Parece provável que todos os 16 reis estejam enterrados ali. Temos agora o túmulo para o primeiro ou segundo rei da dinastia. Deve haver uma série de outros”, contou à NBC News.
“Ladrões de túmulos haviam saqueado o lugar, mas ainda havia a prescrição de Sobekhotep na madeira. O fato de que eles estavam reutilizando madeira sugere que Senebkay havia morrido relativamente pouco depois de Sobekhotep”, afirmou, acrescentando que tal fato seria uma evidência de que aquele era um período com pouca estabilidade e riqueza.
O explorador relatou o momento da descoberta. “[A descoberta] se desenrolou ao longo de um par de dias”, disse. “Foi um pouco como Rei Tut, em que encontramos a entrada primeiro e ela nos levou até uma câmara funerária. Em Abydos há muita areia, e tudo está profundamente enterrado. Você pode cavar, dia após dia, e então se deparar com isso. Estávamos ali, olhando estupefatos a decoração da parede colorida”.
Em alguns meses, Wegner pretende voltar ao local para encontrar ainda mais coisas inexploradas por cientistas. “Onde há túmulos do rei, também existem túmulos de rainha, e túmulos de altos funcionários da corte real. A descoberta deu um interessante olhar para um período de fragmentação e conflito político, de lutas com reinos rivais do norte e do sul
”,
misteriosas são descobertas no Egito
.
Trabalhando na necrópole de Tebas, um vasto conglomerado de túmulos antigos e templos mortuários na antiga cidade de Tebas, atual Luxor, no Egito, arqueólogos descobriram uma tumba antiga, na margem oeste do Nilo, feita à semelhança do túmulo mítico de Osíris.
Além disso, o túmulo de uma rainha egípcia previamente desconhecida foi encontrado em uma pirâmide na necrópole do Cairo
Rainha quem?
Uma equipe de arqueólogos do Instituto Tcheco de Egiptologia descobriu o túmulo de uma rainha egípcia previamente desconhecida, que eles agora acreditam ser a esposa do faraó Neferefre, que governou há 4.500 anos.O túmulo foi descoberto em Abu Sir, que é uma vasta necrópole construída nas proximidades da capital egípcia do Cairo. Lá, há várias pirâmides dedicadas a faraós da Quinta Dinastia do Império Antigo (2494 a 2345 aC), incluindo Neferefre.
O ministro das antiguidades egípcias, Mamdouh al-Damaty, disse que o nome da rainha foi identificado como Khentakawess III graças a inscrições nas paredes de sua tumba.
“Esta descoberta vai lançar luz sobre certos aspectos desconhecidos da Quinta Dinastia, que junto com a Quarta Dinastia, testemunhou a construção das primeiras pirâmides”, disse al-Damaty.
Além de identificá-la como “esposa do rei”, a inscrição também indicava que a rainha era “mãe do rei”, provavelmente referindo-se ao faraó Menkauhor Kaiu, o sétimo governante da Quinta Dinastia, que administrou a região cerca de 2422 a 2414 aC.
A parte alta da tumba consiste de um “mastaba”, uma estrutura retangular de teto plano com os lados construídos em tijolo ou pedra, e uma capela, que originalmente tinha um par de portas falsas na parede oeste. A parte subterrânea da tumba consiste de uma câmara funerária.
Osíris
Outro túmulo misterioso foi encontrado em Abydos, uma das cidades mais antigas do Egito, na necrópole de Sheikh Abd el-Qurna, que contém a maior concentração de túmulos privados no complexo de Tebas.Este é o lugar onde todos os sacerdotes e a nobreza egípcia foram enterrados durante o Império Novo, um período da história que durou do século 16 aC até o século 11 aC, governado pelas dinastias 18ª, 19ª e 20ª do Egito.
Parte do túmulo foi descoberto por Philippe Virey em 1887, mas nunca foi descrita. Assim, uma equipe de arqueólogos espanhóis e italianos liderados por María Álvarez Milagros Sosa do Projeto Min se propuseram a escavar suas múltiplas câmaras e poços este ano.
Eles relataram que a tumba foi modelada de acordo com o enorme túmulo de Osíris, um componente importante da antiga lenda egípcia.
Os arqueólogos acreditam que remonta a 25ª dinastia do Egito (760-656 aC) ou a 26ª (672-525 aC), com base em uma comparação com tumbas similares que contêm elementos parecidos. O exemplo mais famoso é o túmulo de Osíris, chamado de Osireon, embutido no complexo funeral de Seti I.
Osíris é o antigo deus egípcio dos mortos, da vida após a morte e do submundo. É descrito geralmente com uma pele brilhante verde-esmeralda, barba de um faraó, coroa adornada por duas penas de avestruz e pernas enfaixadas como uma múmia.
O simbolismo de Osíris é muito evidente na tumba, uma vez que todos os elementos que lembram o túmulo mítico estão presentes, como uma grande escada de 3,5 metros de comprimento levando para o Inferno, uma estátua de Osíris na parte mais alta, simbolizando seu isolamento; um corredor vazio que simboliza o canal de água e uma câmara abaixo da estátua, identificando o falecido com Osíris.
O mistério do pênis ereto do faraó Tutancâmon
O rei do Egito Tutancâmon foi embalsamado de uma maneira incomum, com seu pênis mumificado ereto em um ângulo de 90 graus, e sem coração. Agora, um novo estudo sugere que essas anormalidades para um rei mumificado podem ter sido um esforço para combater uma revolução religiosa desencadeada por seu pai.
O faraó foi enterrado no Vale dos Reis do Egito sem um coração (ou um artefato de substituição conhecido como “escaravelho-coração”), seu pênis foi mumificado ereto, e sua múmia e caixões foram cobertos por uma espessa camada de líquido preto que parece ter resultado em um incêndio no corpo do menino
Estas anomalias têm recebido muita atenção acadêmica e da mídia nos últimos anos. Mas o mistério pode ter chegado ao fim – a egiptóloga Salima Ikram, da Universidade Americana no Cairo (Egito), propõe uma razão para elas.
Ela crê que o pênis ereto e outras irregularidades do embalsamamento não foram acidentais, mas sim tentativas deliberadas de fazer o rei se parecer com Osíris, o deus do submundo, da forma mais literal possível.
O pênis ereto evoca os poderes regenerativos de Osíris, o líquido preto imita a cor da sua pele, e o coração sumido recorda a história do deus, que foi cortado em pedaços e teve seu coração enterrado por seu irmão Seth.
Fazer o rei aparecer como Osíris pode ter ajudado a desfazer uma revolução religiosa provocada por Aquenáton, um faraó que se acredita ter sido o pai de Tutancâmon. Aquenáton tentou concentrar a religião egípcia em torno da adoração de Aton, o disco solar, indo tão longe a ponto de destruir imagens de outros deuses. Tutancâmon estava tentando desfazer essas alterações e retornar o Egito à sua religião tradicional, com sua mistura de deuses.
Ikram adverte que sua ideia é especulativa, mas, se estiver correta, explicaria alguns dos mistérios que cercam a mumificação e o enterro de Tutancâmon.
Tutancâmon como Osíris
O pênis ereto eventualmente se separou do corpo do rei quando a múmia foi descoberta, o que levou a especulações da mídia de que tinha sido roubado.Segundo Ikram, não há notícia de outra múmia egípcia enterrada com uma ereção. Esse fato pode ter uma conexão com o deus Osíris, pois o pênis ereto é um símbolo por excelência do renascimento e da ressurreição. Além disso, múmias artificiais criadas em períodos posteriores em honra a Osíris, feitas de uma mistura de materiais, possuíam a mesma característica.
Também há evidências de que a múmia literalmente pegou fogo, algo aparentemente provocado pela grande quantidade de óleos e resinas pretas aplicada ao seu corpo. Em outubro de 1925, Howard Carter, arqueólogo que liderou a equipe que descobriu a tumba em 1922, escreveu: “A maior parte dos detalhes está escondida por um revestimento preto brilhante, deliberadamente derramado sobre o caixão em grande quantidade”.
A abundância de líquido preto, o que deixou a pele do rei Tut de uma cor escura, pode ter sido uma tentativa de retratar o faraó tão literalmente quanto possível como Osíris, aludindo à cor preta associada ao deus como “senhor da terra do Egito, escuro com o rico solo da inundação, e a fonte da fertilidade e regeneração”, explica Ikram.
Outra anomalia misteriosa é a ausência do coração do faraó e a falta de um escaravelho-coração para servir como substituto. “Este órgão era um componente chave para o sucesso da ressurreição do corpo”, diz Ikram, observando que, na mitologia egípcia, o coração é pesado contra a pena que representa o deus Maat para determinar se uma pessoa é digna de ressurreição.
A ausência do órgão não parece ter sido resultado de roubo; em vez disso, pode ser uma alusão a uma famosa história da lenda de Osíris, quando seu corpo foi cortado em pedaços por seu irmão Seth, que enterrou seu coração. Os cortes tipicamente usados para remover os órgãos internos de uma múmia estavam invulgarmente brutais e grandes em Tutancâmon, outra alusão, talvez, a carnificina de Seth contra Osíris.
Outras evidências também apontam para a personificação de Osíris. Por exemplo, a parede norte da câmara funerária do rei o mostra como Osíris por meio de sua decoração. Essa representação é única no Vale dos Reis: outros túmulos só mostram o rei sendo abraçado por Osíris ou oferecido a ele.
Carter foi o primeiro a salientar que o faraó estava sendo retratado como Osíris. “Talvez a ênfase de Carter em suas notas durante o desembrulhar e exame da múmia esteja mais correta do que ele mesmo pensava: o rei estava de fato sendo mostrado como Osíris, mais do que era habitual em enterros reais”, Ikram argumenta.
“Pode-se especular que, naquele momento histórico/religioso delicado, os modos habituais para a mumificação do rei não eram suficientes, e por isso os sacerdotes-embalsamadores prepararam o corpo de tal forma que enfatizasse a divindade do rei e sua identificação com Osíris”, conclui
Máscara de Tutancâmon foi irreversivelmente danificada
A Máscara de Tutancâmon, utilizada em seu enterro, é uma das mais famosas do Antigo Egito, mas acaba de ser irreversivelmente danificada.
E não foi porque o rei estava se revirando na tumba, não. A relíquia arqueológica, que é considerada a mais conhecida do mundo, foi derrubada durante uma tentativa fracassada de limpeza
Emenda pior que o soneto
Pode ficar pior? Pode. Porque depois de ser derrubada, aquela barba trançada azul e o ouro na máscara de enterro do Rei Tut foram colados “às pressas” com um adesivo inadequado, danificando o item ainda mais.Como a Associated Press, agência de notícias americana, está relatando, parece que aquela famosa barbicha foi rapidamente colada de volta “no lugar” por curadores do Museu Egípcio, que fica no Cairo, com epóxi, um “material irreversível” que é completamente inadequado para um esforço de restauração desta importância.
Depois que a confusão estava toda feita, os conservadores do museu vieram a público para contar da lambança para todo mundo. Mas, apesar de obviamente muito frustrante, essa história não está totalmente bem contada.
Versões conflitantes
Ainda não ficou claro quando exatamente esse incidente aconteceu – se a icônica barba foi mesmo derrubada acidentalmente, ou se foi removida porque estava solta. Três curadores do museu estão contando histórias diferentes.O que sabemos, no entanto, é que eles receberam uma ordem “de cima” para remendar rapidamente a máscara, e que foi nesse momento de pressa/pânico que o epóxi foi usado. Todos os três curadores se recusaram a dar seu nome por medo de represálias profissionais. Não julgo.
A partir do relatório da Associated Press, ficamos sabendo de ainda uma outra versão, que diz que “a máscara deve ter sido levada para o laboratório de conservação”, mas como eles estavam com pressa para obtê-la de volta, teriam acelerado o processo e usado essa secagem rápida com um material irreversível.
E agora, com que cara o Rei Tutancâmon fica?
O conservador disse que a máscara agora mostra uma lacuna entre o rosto e a barba, sendo que antes essas partes estavam diretamente ligadas.Além disso, inadvertidamente, o epóxi foi colocado também sobre a face da máscara – e eles usaram uma espátula na tentativa de tirá-lo, prejudicando ainda mais relíquia.
Um dos conservadores do museu, presente no momento da reparação, disse que o epóxi usado tinha secado sobre a face da máscara do rei e que um colega usou uma espátula para removê-lo, deixando arranhões. O primeiro conservador, que inspeciona o artefato regularmente, confirmou os arranhões e disse que era claro que eles tinham sido feitos por uma ferramenta usada para raspar o epóxi.
O Ministério de Antiguidades do Egito e a administração do museu não estão respondendo às perguntas da mídia internacional, mas foi garantido que uma investigação está em andamento
Tumba de 4.500 anos é descoberta no Egito
Arqueólogos desenterraram uma tumba de quase 4.500 anos no Egito. O túmulo data da quinta dinastia, de 2.465 a 2.323 a.C., e pertencia a Rudj-ka, um sacerdote que dirigia o culto mortuário do faraó Quéfren (Khafre), construtor da segunda maior pirâmide de Gizé.
Quéfren morreu por volta de 2.494 a.C., mas o culto de adoração dos faraós por vezes durava após suas mortes. As paredes do túmulo estavam decoradas com relevos pintados que mostravam Rudj-ka com sua esposa em frente a oferendas divinasSegundo um especialista em antiguidades, como a tumba se localizava próxima as Pirâmides de Gizé, a descoberta pode indicar uma necrópole maior perto do planalto de Gizé, onde ficam as três pirâmides famosas.
Depois de 2750 anos, continuam achando tumbas no Egito
Desde o final do século XVIII (quando, entre outros eventos, Napoleão Bonaparte invadiu o Egito e o reabriu para “relações internacionais”), todo mundo têm estudado o Egito Antigo. Foram descobertas múmias, tumbas, exploradas as pirâmides e os palácios. Agora, mais de dois séculos do início da exploração, encontraram 57 túmulos egípcios.
Os sarcófagos, feitos de madeira pintada, foram achados com as múmias dentro. A maioria data da 18ª dinastia, que governou o Egito Antigo no século II A.C. As descobertas foram registradas em Lahoun, 100 quilômetros ao sul da capital Cairo. Os sarcófagos mais antigos datam de 2750 A.C.
Em algumas das tumbas, os arqueólogos viram textos escritos. Segundo os estudiosos, os egípcios acreditam que os escritos deveriam ajudar o falecido a fazer a passagem da Terra para o mundo espiritual.
15 fatos fascinantes sobre o Egito Antigo
Ninguém resiste a uma despretensiosa lista de curiosidades aleatórias. Melhor ainda quando o tema da relação é algo enigmático e que desperta tanta curiosidade em nós quanto o Egito Antigo.
Por mais que conheçamos o básico dessa civilização antiga, ainda há muito o que explorar. Os fatos a seguir devem servir como uma boa introdução à cultura desse povo e de como estava organizada a sua sociedade, e quem sabe você também acaba aprendendo algo de novo sobre os famosos egípcios antigos.
- Um faraó nunca deixava que seu cabelo fosse visto – ele sempre usava uma coroa ou uma espécie de touca chamada de nemes (o ornamento listrado que ficou famoso por estar presente na máscara dourada de Tutankamon [foto acima]).
- A fim de impedir que as constantes moscas presentes na região pousassem nele, Pepi II do Egito sempre mantinha vários escravos nus por perto, com os corpos inteiros lambuzados de mel.
- Tanto homens como mulheres egípcias usavam maquiagem: aqueles famosos riscos escuros ao redor dos olhos eram geralmente verdes (feitos de cobre) ou pretos (feitos de chumbo). Os egípcios acreditavam que a maquiagem tinha poder de cura. Originalmente, a maquiagem era usada como proteção contra o sol, ao invés de um simples enfeite facial.
- Embora os antibióticos só tenham aparecido no século 20, a medicina popular antiga já combatia infecções, só que utilizando elementos presentes no dia a dia da época, como alimentos mofados ou terra. No Egito Antigo, por exemplo, as infecções eram tratadas com bolor de pão.
- As crianças egípcias não usavam nenhum tipo de roupa até que se tornassem adolescentes. As temperaturas médias no Egito faziam com que o vestuário fosse, de fato, desnecessário. Os homens adultos se vestiam com saias, enquanto as mulheres usavam vestidos.
- Os egípcios ricos da época usavam perucas enquanto as pessoas das demais classes sociais possuíam o cabelo comprido e frequentemente usavam tranças. Até os 12 anos de idade, os meninos egípcios tinham a cabeça raspada, exceto por uma mecha de cabelo – era como uma proteção contra pulgas e piolhos.
- Não se sabe quem destruiu o nariz da Esfinge de Gizé, no complexo das Pirâmides (foto abaixo). Durante muito tempo, o “vandalismo” foi creditado às tropas de Napoleão que invadiram o Egito no ano de 1798. No entanto, há esboços da Esfinge sem nariz que datam de 1737, mais de 60 anos antes de Napoleão chegar ao Egito – e centenas de anos antes de os exércitos britânicos e alemães lutarem por lá nas duas Guerras Mundiais. A única pessoa conhecida por ter danificado a esfinge foi um clérigo islâmico, Sa’im al- dahr, linchado no ano de 1378 por vandalismo.
- Os egípcios acreditavam que a Terra era plana e redonda (como uma panqueca) e que o Rio Nilo corria bem no meio do planeta.
- Os soldados egípcios eram usados como uma força policial interna. Além disso, eles também coletavam impostos para o faraó.
- Em todos os templos do antigo Egito, o faraó era o responsável por realizar os deveres dos sacerdotes mais altos na hierarquia, mas geralmente seu lugar era tomado pelo sacerdote-mor.
- A primeira pirâmide construída pelos egípcios antigos (a Pirâmide de Degraus de Djoser, edificada por volta do ano 2600 aC) era originalmente cercada por uma parede de 10 metros de altura. O muro possuía também 15 portas, e apenas uma delas de fato abria.
- As mulheres no Egito antigo gozavam de igualdade legal e econômica com os homens. No entanto, elas jamais tiveram igualdade social.
- Alguns esqueletos escavados da época mostram que, ao contrário da crença popular, os construtores das pirâmides eram realmente egípcios. Eles provavelmente estavam a serviço permanente do faraó. Os rabiscos encontrados no local indicam que pelo menos alguns desses trabalhadores tinham orgulho da sua função, chamando suas equipes de “Amigos de Khufu”, “Bêbados de Miquerinos”, e assim por diante – nomes que indicavam alianças com os faraós.
- Quando um corpo era mumificado, o cérebro era removido por uma de suas narinas e o intestino também era retirado e colocado em frascos especiais. Cada órgão, na realidade, era colocado em seu próprio frasco. O único órgão interno que não era removido era o coração, porque egípcios o consideravam a sede da alma.
- Ramsés, o Grande, teve oito esposas oficiais e cerca de 100 concubinas. Ele tinha mais de 90 anos de idade quando morreu, no ano de 1212 aC. [Listverse]
- Cidade egípcia engolida pelo mar é redescoberta depois de 1.200 anos: fotos
10 fatos surpreendentes sobre o Mundo Antigo
Durante nossos anos de escola, aprendemos muito pouco sobe o Mundo Antigo, que em nossos currículos escolares basicamente só inclui Grécia e Roma Antigas. Mesmo sobre as civilizações mais conhecidas, acabamos recebendo informações não muito precisas e até opostas à realidade. É uma pena que normalmente apenas muito tempo depois de sairmos da escola percebemos quão interessante é aprender sobre a cultura e os costumes de civilizações que vieram bem antes de nós.
Vamos tentar suprir essa falta listando 10 fatos surpreendentes sobre o Mundo Antigo que, até mesmo se tivéssemos estudado a fundo quando éramos estudantes, provavelmente ainda não conheceríamos:
10. As civilizações antigas tinham mais relações entre si do que nós imaginávamos
Romanos na China, indianos na Grécia, africanos na Inglaterra. Não se trata de turismo ou de movimentos migratórios atuais, e sim uma realidade no Mundo Antigo. Através de uma série de mecanismos, as pessoas do mundo antigo viajavam muito mais do que nós poderíamos imaginar. À exceção de uma vaga noção da Rota da Seda, que ligava o Oriente à Europa, não temos a menor ideia de quão extensas e empreendedoras as civilizações antigas eram.Houve, claro, os exploradores fenícios, que provavelmente circunavegaram a África dois milênios antes de Vasco de Gama. Os cartagineses exploraram todas as terras ao norte até a Groenlândia e ao sul até a Serra Leoa, além de terem sido os responsáveis por difundir a cultura mediterrânica no continente africano.
Graças a Alexandre, o Grande, a cultura helenística alcançou todas as regiões até o território onde hoje ficam o Paquistão, a Índia e o Afeganistão. Depois da morte de Alexandre, os seus generais dividiram as conquistas do macedônio, o que marcou o início de séculos de transfusão cultural durante os quais cidades inteiras em estilo grego foram construídas na região de Báctria (hoje Afeganistão). Os reinos indo-gregos e greco-bactrianos conseguiram unir culturalmente o Ocidente e o Oriente, como observado em relíquias híbridas como estátuas de Buda vestindo toga e elementos da arquitetura grega encontrados no Paquistão. Com base em características como essas, é possível considerar que pelo menos alguns gregos se converteram ao budismo e misturaram suas crenças com as religiões indianas.
Os romanos também chegaram longe. Eles possuíam tropas em toda a extensão de seu império, o que incluía lugares um tanto quanto exóticos e afastados como a Mauritânia (país que fica na costa noroeste da África), uma terra conhecida por seus cavaleiros. Ao servir no exército romano, os mauritanos, assim como muitos outros guerreiros de territórios dominados por Roma, lutavam nos mais diversificados lugares – desde a Grã-Bretanha até a região da Dácia (no norte dos Bálcãs, atual Romênia, Moldávia, entre outros países). No entanto, o corpo militar romano não era o único local onde era possível encontrar essa improvável mistura cultural.
Há evidências da existência de postos romanos de comércio na região de Kerala, na Índia, já no século I aC. Durante o reinado do imperador Nero, exploradores romanos seguiram o curso do Rio Nilo e, acredita-se, podem ter viajado quase até a fronteira do Sudão do Sul com a Uganda, no coração da África Central. Porém, o feito possivelmente mais incrível dos romanos foi alcançado no ano de 166 dC. Os produtos de origem chinesa e romana já vinham, durante um bom tempo, sendo comercializados através de intermediários, provavelmente despertando curiosidade, tanto a leste quanto a oeste. Em 166 dC, embaixadores romanos a mando de Marco Aurélio traçaram a rota que as mercadorias faziam e foram capazes de chegar até a capital chinesa. Isso praticamente 12 séculos antes de Marco Polo.
9. Indianos antigos já realizavam cirurgias plásticas
Ao contrário do que acontecia com gregos e romanos, muitos guerreiros na Índia Antiga não usavam capacetes de proteção no campo de batalha. Dada a natureza das guerras antigas, partes do rosto dos guerreiros, como orelhas e narizes, tinham uma tendência a ficar seriamente prejudicadas. Para lidar com esses traumas, os médicos hindus realizavam procedimentos que não ficavam devendo em praticamente nada em comparação com técnicas de cirurgia moderna.
Com os ferimentos de guerra, bem como punições severas para crimes menores levando embora os narizes de muitos indianos da época, os cirurgiões locais se tornaram hábeis em realizar procedimentos de rinoplastia. Os médicos especializados cortavam um pedaço de pele da testa do paciente, o qual era, em seguida, dobrado e implantado em cima das aberturas nasais para criar o novo nariz. Eram inseridos tubos ocos para formar as narinas enquanto o paciente se recuperava da operação. Cirurgias bem-sucedidas no nariz têm sido registradas desde o ano 500 aC.
Um procedimento mais horripilante, porém capaz de salvar vidas, era uma forma de sutura que os cirurgiões indianos empregavam. Costurar uma ferida intestinal ou abdominal era especialmente complicado naquela época porque o tradicional esquema de agulha de costura poderia perfurar e danificar ainda mais os órgãos feridos, impedindo a cura e abrindo espaço para uma infecção. A solução? Formigas bengali.
Elas mordem qualquer coisa que tocam com mandíbulas que mais parecem grampeadores de escritório. Os cirurgiões juntavam as partes do órgão danificado e cuidadosamente liberavam as formigas para morderem a região. Este processo funcionava exatamente como os modernos grampos cirúrgicos de hoje em dia. O médico, na sequência, cortavam os corpos das formigas, deixando as mandíbulas no corpo do paciente. No decorrer do tempo, o sistema imunológico da pessoa lentamente absorveria as mandíbulas, à medida que fosse se recuperando do ferimento.
8. Os gregos e os romanos praticam controle de armas
Pode ser difícil de acreditar se você tiver visto recentemente à sequência do filme “300” ou qualquer outro que possua as batalhas antigas como elemento principal da trama, mas cidades gregas possuíam um rígido mecanismo de controle de armas. Apesar da natureza muitas vezes bélica da sociedade grega (ou talvez justamente por causa por causa dela), o porte de arma era proibido nos espaços públicos das polis antigas.
Uma máxima era seguida à risca – pelo menos em tese – pelas autoridades da Grécia Antiga: “As leis governam por si só. Quando as armas governam, elas matam a lei”. A proibição do porte de armas ajudou a garantir a igualdade em uma sociedade democrática ou republicana. A possibilidade de pessoas usarem suas armas para a intimidação era muito grande e prejudicaria a sociedade civil. Se alguém quisesse estar na cidade, deveria deixar suas armas do lado de fora. O porte de armas na assembleia pública ou ágora era considerado uma subversão às regras.
Para se ter uma ideia de quão a sério os gregos levavam o controle sobre o armamento de sua sociedade, o legislador grego Charondas, de Catania, na Sicília, responsável pela proibição da posse de armas de sua região, um dia voltou do interior para a cidade sem remover sua adaga. Ele tinha acabado de retornar de alguns conflitos contra bandidos na zona rural, mas a lei de Charondas era tão absoluta quanto seu comprometimento com ela. Tendo violado sua própria lei, Charondas acabou se suicidando publicamente com a mesma adaga da qual ele se esqueceu de se livrar ao retornar à cidade.
E, quando em Roma, faça como os… gregos. Os habitantes da Roma Antiga também eram proibidos de andar com armas dentro dos limites de sua cidade. Além de uma simples transgressão da lei, o porte de armas dentro do centro de uma cidade romana, ou seja, dentro dos pomérios, também era considerado um crime religioso.
Isso que é uma má reputação. A história popular gosta de se lembrar do imperador romano Nero por duas coisas que ele não fez: por começar e por comemorar um incêndio que destruiu grande parte da cidade de Roma. Para piorar a situação, isso é basicamente tudo que nos foi ensinado sobre esta figura histórica – pouquíssimo é comentado sobre os feitos que Nero efetivamente realizou, como, por exemplo, a implementação de reformas radicais para proteger a cidade de Roma de futuros incêndios.
Após o famoso incêndio de 64 dC (que Nero não começou), o imperador voltou para Roma de sua casa em Antium e organizou uma força-tarefa para ajudar os romanos afetados. No entanto, as verdadeiras inovações de Nero vieram durante a fase de reconstrução da cidade. Para prevenir futuros incêndios que pudessem causar tantos estragos assim, Nero implementou uma rigorosa legislação antifogo.
Antes de Nero, Roma era essencialmente um barril de pólvora no tamanho de uma cidade de grande porte. As ruas estreitas e os prédios de madeira construídos um em cima do outro permitiam uma rápida propagação do fogo, a ponto de sair do controle em instantes. A reconstrução que ocorreu após o Grande Incêndio seguiu as ordens de Nero: ruas muito mais largas, casas e edifícios construídos com pedra ou tijolos e limite de altura para as edificações.
Além disso, os aquedutos mais antigos foram desviados para um melhor fornecimento de água para o consumo da população para o combate a incêndios. Talvez mais importante de tudo, Nero formou uma grande brigada de vigias noturnos dedicada a manter a paz e o combate a incêndios. Graças aos planos do imperador, o desenvolvimento urbano de Roma tornou-se muito mais disciplinado e cuidadosamente planejado do que era antes.
Roma? República. Grécia? Democracia. Índia? Bem… Alguém sabe? Isso só comprova o fato de que a maioria de nós não recebeu muita educação em relação às estruturas governamentais da Índia Antiga. Enquanto a Índia Antiga certamente teve seu quinhão de déspotas, a região foi também o lar de um grande número de pequenas repúblicas.
Uma quantidade significativa de cidades indianas abraçou os ideais republicanos, como a representação política e a tomada de decisão coletiva, mais ou menos ao mesmo tempo em que a mais famosa república de Roma foi fundada. De acordo com o que se sabe hoje em dia, porém, os princípios republicanos de Roma e da Índia foram desenvolvidos de forma independente. Os primeiros registros de governo de estilo republicano na Índia datam de algum momento entre os anos 600 e 480 aC.
Apesar dos tamanhos reduzidos, algumas repúblicas indianas conseguiram até mesmo sobreviver ao contato com Alexandre, o Grande, no século 4 aC, e às tentativas de conquista posteriores do conhecido Império Gupta, que dominou o subcontinente indiano entre aproximadamente os anos de 550 e 320 aC. Mesmo tendo enfrentado dois dos maiores conquistadores da antiguidade, as repúblicas da Índia foram capazes de manter seu caráter de governo relativamente intocado até que a subversão e a desunião internas fez o que Alexander e Chandragupta não conseguiram: dar um fim às repúblicas.
Ao invés de força das armas, os reis vizinhos utilizaram táticas mais sutis como espiões e propaganda para fomentar a desordem entre os rivais republicanos. Como se confirmou na sequência, esse foi um plano muito bem bolado, dada a natureza já um tanto turbulenta das repúblicas. Divididas, as assembleias que regiam o sistema desmoronaram. Enquanto isso, facções rivais afirmavam o poder através de guerras civis e alianças com poderes externos, que, eventualmente, conseguiram dominar a região.
A licença sexual que de fato existia na sociedade romana antiga certamente não se estendia a qualquer coisa semelhante à homossexualidade moderna. Perguntar a opinião de um habitante da Roma Antiga sobre a homossexualidade seria como lhe pedir para se posicionar sobre a internet. O romano hipotético não teria o que falar em ambos os casos porque nenhum deles existia na Roma Antiga.
A sexualidade romana não era caracterizada por gênero, e sim determinada pelo “papel” que a pessoa desempenharia. Para um homem, o papel de ativo, penetrador, era geralmente aceitável, independentemente do sexo da pessoa penetrada. Ser passivo era considerado uma aberração para os homens (parece-lhe um discurso conhecido?), independentemente do gênero do seu parceiro. Como resultado, era perfeitamente possível para um homem e uma mulher cometer um ato “monstruoso” juntos.
O sexo oral realizado na mulher é uma excelente ilustração da mentalidade romana da época. Embora hoje muitos possam argumentar que o ato de cunilíngua está longe de ser considerado passivo por parte do homem, os romanos viam as coisas de uma forma diferente. Eles acreditavam que, em tal ato, a mulher estava simplesmente usando a boca do seu parceiro sexual para o prazer próprio, o que era considerado o fracasso da masculinidade. O sexo oral feito no homem (ou felação) era visto da mesma maneira. Um homem fazendo sexo oral em outra pessoa estava “sendo usado”. Isso era considerado uma desgraça, independentemente do gênero do seu parceiro sexual.
Em outras palavras, a sexualidade, para os romanos antigos, estava longe de ser progressiva. A dicotomia ativo-passivo criou uma sexualidade altamente restritiva. As mulheres só poderiam ser penetradas enquanto os homens só poderiam ser penetradores. Praticamente qualquer outro ato sexual que fugisse dessa lógica era proibido. Além disso, enquanto era natural um homem querer penetrar qualquer coisa que se movesse, ele seria considerado anormal, pervertido e afeminado se quisesse dar prazer à sua esposa.
Muitos acreditam que, prestes a morrer devido à ação de seus assassinos, Júlio César tenha pronunciado as famosas palavras: “Et tu, Brute?” (“Até tu, Brutus?”). Mas a verdade é que o controverso ditador de Roma jamais disse existe tal coisa. William Shakespeare inventou a fala para que a sua versão fictícia de Júlio César a recitasse. Entretanto, até mesmo na peça de Shakespeare, “Até tu, Brutus?” não é a última fala de Júlio César (e sim “Então caia, César”).
Mas e quanto ao personagem real e histórico de César? Ele era, de fato, de classe alta e tinha tido uma educação formal. Na Roma Antiga, isso significava que Júlio César provavelmente se comunicava em grego – e não em latim, como insinua a famosa frase. Na realidade, Júlio César não estava muito familiarizado com o latim.
O único escritor antigo que menciona quaisquer últimas palavras do imperador nem mesmo era contemporâneo de Júlio César. Ele sugere que a vida do político romano terminou com um suspiro em grego dirigido a Brutus: “Kai su teknon”, uma frase de difícil tradução, mas cuja versão mais aceita significa “até você, meu filho?”. As fontes são confusas porque, afinal, trata-se de uma fofoca de 2 mil anos de idade, mas alguns rumores diziam que Brutus era filho bastardo de César (outros o consideram filho adotivo), enquanto outros ainda se referem a eles apenas como amigos.
Alguns historiadores afirmam que a frase, na realidade, nem se refere a Brutus, mas sim a todos que conspiraram contra ele e planejaram sua morte. Neste caso, a tradução da frase viraria uma espécie de ameaça e seria algo mais próximo a “Vocês serão os próximos, crianças”. Uma alternativa, embora menos poética, conta que César teria puxado sua toga sobre a cabeça enquanto seus agressores o esfaqueavam até a morte.
Apenas o pensamento de “povos bárbaros” já traz à mente seres violentos e figuras terríveis tanto reais (como Átila, o rei dos hunos) quanto fictícios (como Conan, o bárbaro). No entanto, não era preciso matar pessoas inocentes ou destruir cidades inteiras para receber esse título. Isso porque, para os gregos antigos, “bárbaros” eram simplesmente os indivíduos que não falavam grego. Eles consideravam que o modo como os estrangeiros conversavam entre si se assemelhava a um balbuciar (“bar-bar-bar”) e apelidaram quem viesse de fora de “barbaroi”.
E, quando em Roma, faça como os… gregos. Os habitantes da Roma Antiga também eram proibidos de andar com armas dentro dos limites de sua cidade. Além de uma simples transgressão da lei, o porte de armas dentro do centro de uma cidade romana, ou seja, dentro dos pomérios, também era considerado um crime religioso.
7. Nero instituiu o sistema de combate ao fogo e brigada de incêndio
Isso que é uma má reputação. A história popular gosta de se lembrar do imperador romano Nero por duas coisas que ele não fez: por começar e por comemorar um incêndio que destruiu grande parte da cidade de Roma. Para piorar a situação, isso é basicamente tudo que nos foi ensinado sobre esta figura histórica – pouquíssimo é comentado sobre os feitos que Nero efetivamente realizou, como, por exemplo, a implementação de reformas radicais para proteger a cidade de Roma de futuros incêndios.
Após o famoso incêndio de 64 dC (que Nero não começou), o imperador voltou para Roma de sua casa em Antium e organizou uma força-tarefa para ajudar os romanos afetados. No entanto, as verdadeiras inovações de Nero vieram durante a fase de reconstrução da cidade. Para prevenir futuros incêndios que pudessem causar tantos estragos assim, Nero implementou uma rigorosa legislação antifogo.
Antes de Nero, Roma era essencialmente um barril de pólvora no tamanho de uma cidade de grande porte. As ruas estreitas e os prédios de madeira construídos um em cima do outro permitiam uma rápida propagação do fogo, a ponto de sair do controle em instantes. A reconstrução que ocorreu após o Grande Incêndio seguiu as ordens de Nero: ruas muito mais largas, casas e edifícios construídos com pedra ou tijolos e limite de altura para as edificações.
Além disso, os aquedutos mais antigos foram desviados para um melhor fornecimento de água para o consumo da população para o combate a incêndios. Talvez mais importante de tudo, Nero formou uma grande brigada de vigias noturnos dedicada a manter a paz e o combate a incêndios. Graças aos planos do imperador, o desenvolvimento urbano de Roma tornou-se muito mais disciplinado e cuidadosamente planejado do que era antes.
6. A república como modelo de governo não foi inventada apenas em Roma
Roma? República. Grécia? Democracia. Índia? Bem… Alguém sabe? Isso só comprova o fato de que a maioria de nós não recebeu muita educação em relação às estruturas governamentais da Índia Antiga. Enquanto a Índia Antiga certamente teve seu quinhão de déspotas, a região foi também o lar de um grande número de pequenas repúblicas.
Uma quantidade significativa de cidades indianas abraçou os ideais republicanos, como a representação política e a tomada de decisão coletiva, mais ou menos ao mesmo tempo em que a mais famosa república de Roma foi fundada. De acordo com o que se sabe hoje em dia, porém, os princípios republicanos de Roma e da Índia foram desenvolvidos de forma independente. Os primeiros registros de governo de estilo republicano na Índia datam de algum momento entre os anos 600 e 480 aC.
Apesar dos tamanhos reduzidos, algumas repúblicas indianas conseguiram até mesmo sobreviver ao contato com Alexandre, o Grande, no século 4 aC, e às tentativas de conquista posteriores do conhecido Império Gupta, que dominou o subcontinente indiano entre aproximadamente os anos de 550 e 320 aC. Mesmo tendo enfrentado dois dos maiores conquistadores da antiguidade, as repúblicas da Índia foram capazes de manter seu caráter de governo relativamente intocado até que a subversão e a desunião internas fez o que Alexander e Chandragupta não conseguiram: dar um fim às repúblicas.
Ao invés de força das armas, os reis vizinhos utilizaram táticas mais sutis como espiões e propaganda para fomentar a desordem entre os rivais republicanos. Como se confirmou na sequência, esse foi um plano muito bem bolado, dada a natureza já um tanto turbulenta das repúblicas. Divididas, as assembleias que regiam o sistema desmoronaram. Enquanto isso, facções rivais afirmavam o poder através de guerras civis e alianças com poderes externos, que, eventualmente, conseguiram dominar a região.
5. Em Roma, a sexualidade não era progressiva e a homossexualidade não era aceita
A licença sexual que de fato existia na sociedade romana antiga certamente não se estendia a qualquer coisa semelhante à homossexualidade moderna. Perguntar a opinião de um habitante da Roma Antiga sobre a homossexualidade seria como lhe pedir para se posicionar sobre a internet. O romano hipotético não teria o que falar em ambos os casos porque nenhum deles existia na Roma Antiga.
A sexualidade romana não era caracterizada por gênero, e sim determinada pelo “papel” que a pessoa desempenharia. Para um homem, o papel de ativo, penetrador, era geralmente aceitável, independentemente do sexo da pessoa penetrada. Ser passivo era considerado uma aberração para os homens (parece-lhe um discurso conhecido?), independentemente do gênero do seu parceiro. Como resultado, era perfeitamente possível para um homem e uma mulher cometer um ato “monstruoso” juntos.
O sexo oral realizado na mulher é uma excelente ilustração da mentalidade romana da época. Embora hoje muitos possam argumentar que o ato de cunilíngua está longe de ser considerado passivo por parte do homem, os romanos viam as coisas de uma forma diferente. Eles acreditavam que, em tal ato, a mulher estava simplesmente usando a boca do seu parceiro sexual para o prazer próprio, o que era considerado o fracasso da masculinidade. O sexo oral feito no homem (ou felação) era visto da mesma maneira. Um homem fazendo sexo oral em outra pessoa estava “sendo usado”. Isso era considerado uma desgraça, independentemente do gênero do seu parceiro sexual.
Em outras palavras, a sexualidade, para os romanos antigos, estava longe de ser progressiva. A dicotomia ativo-passivo criou uma sexualidade altamente restritiva. As mulheres só poderiam ser penetradas enquanto os homens só poderiam ser penetradores. Praticamente qualquer outro ato sexual que fugisse dessa lógica era proibido. Além disso, enquanto era natural um homem querer penetrar qualquer coisa que se movesse, ele seria considerado anormal, pervertido e afeminado se quisesse dar prazer à sua esposa.
4. As últimas palavras de Julius César
Muitos acreditam que, prestes a morrer devido à ação de seus assassinos, Júlio César tenha pronunciado as famosas palavras: “Et tu, Brute?” (“Até tu, Brutus?”). Mas a verdade é que o controverso ditador de Roma jamais disse existe tal coisa. William Shakespeare inventou a fala para que a sua versão fictícia de Júlio César a recitasse. Entretanto, até mesmo na peça de Shakespeare, “Até tu, Brutus?” não é a última fala de Júlio César (e sim “Então caia, César”).
Mas e quanto ao personagem real e histórico de César? Ele era, de fato, de classe alta e tinha tido uma educação formal. Na Roma Antiga, isso significava que Júlio César provavelmente se comunicava em grego – e não em latim, como insinua a famosa frase. Na realidade, Júlio César não estava muito familiarizado com o latim.
O único escritor antigo que menciona quaisquer últimas palavras do imperador nem mesmo era contemporâneo de Júlio César. Ele sugere que a vida do político romano terminou com um suspiro em grego dirigido a Brutus: “Kai su teknon”, uma frase de difícil tradução, mas cuja versão mais aceita significa “até você, meu filho?”. As fontes são confusas porque, afinal, trata-se de uma fofoca de 2 mil anos de idade, mas alguns rumores diziam que Brutus era filho bastardo de César (outros o consideram filho adotivo), enquanto outros ainda se referem a eles apenas como amigos.
Alguns historiadores afirmam que a frase, na realidade, nem se refere a Brutus, mas sim a todos que conspiraram contra ele e planejaram sua morte. Neste caso, a tradução da frase viraria uma espécie de ameaça e seria algo mais próximo a “Vocês serão os próximos, crianças”. Uma alternativa, embora menos poética, conta que César teria puxado sua toga sobre a cabeça enquanto seus agressores o esfaqueavam até a morte.
3. Os “povos bárbaros” eram simplesmente pessoas que não falavam grego
Apenas o pensamento de “povos bárbaros” já traz à mente seres violentos e figuras terríveis tanto reais (como Átila, o rei dos hunos) quanto fictícios (como Conan, o bárbaro). No entanto, não era preciso matar pessoas inocentes ou destruir cidades inteiras para receber esse título. Isso porque, para os gregos antigos, “bárbaros” eram simplesmente os indivíduos que não falavam grego. Eles consideravam que o modo como os estrangeiros conversavam entre si se assemelhava a um balbuciar (“bar-bar-bar”) e apelidaram quem viesse de fora de “barbaroi”.
Na Grécia antiga, o termo não tem a conotação que carrega hoje (ou seja, de seres brutos e não civilizados). Os gregos não eram nacionalistas ao extremo a ponto de ignorar as glórias de outras civilizações, como a egípcia, a persa etc. Essas civilizações eram reconhecidas como magníficas, mas os seus habitantes de língua não grega ainda assim eram chamados de “bárbaros”. Os antigos romanos usavam o termo “bárbaro” da mesma maneira que os gregos. Aqueles que não viviam dentro do Império Romano e que fossem incapazes de falar latim eram chamados de bárbaros. Foi apenas no momento histórico em que a Antiguidade passou a dar lugar à Idade Média que o rótulo de “bárbaro” começou a assumir o seu significado pejorativo de selvageria, que mantém até hoje.
A religião cristã ocidental usava o termo para denominar todos os indivíduos que não se encontravam dentro de seus limites – ou seja, de eslavos a árabes, todos eram considerados bárbaros. Aqueles que não correspondiam ao padrão da cristandade eram “grosseiros” e “incultos”. O escritor francês Michel de Montaigne resumiu bem o significado histórico da palavra quando escreveu: “cada homem chama ‘barbárie’ aquilo que não é a sua própria prática”.
Embora as narrativas que contam a paixão de Cristo tenham contribuído para fazer com que a execução por crucificação seja sinônimo de Roma Antiga em muitas mentes, a prática provavelmente se originou na Pérsia por volta do ano 500 aC. A partir daí, a punição extrema se espalhou para terras mais distantes como a Índia, o Egito, Cartago, a Macedônia, algumas terras celtas, assim como para Roma, entre outras regiões.
Pelo menos uma passagem do Velho Testamento bíblico sugere que os judeus da época já empregavam uma punição semelhante. Alexandre, o Grande, também havia mostrado a popularidade do ato ao invadir a cidade de Tiro e crucificar 2 mil de seus habitantes homens adultos, no século 4 aC. Na verdade, eram os cartagineses que talvez fizeram o uso mais extensivo da crucificação, e é provável que tenha sido a partir deles que os romanos adotaram a prática. Ao contrário de Cartago, que ocasionalmente crucificava seus próprios generais caso perdessem uma batalha, Roma não costumava crucificar seus próprios cidadãos.
Considerada a mais extrema sentenças de morte, a execução por crucificação era uma punição longa, cruel e dolorosa que os governantes do Império Romano reservavam para os seus piores criminosos, como Spartacus e seus companheiros rebeldes (além de, claro, Jesus). Os romanos, que viviam sempre com medo de revoltas de escravos devido à ampla utilização de tal forma de trabalho, responderam à revolta liderada por Spartacus com uma das maiores crucificações em massa da história. Na ocasião, aproximadamente 6 mil escravos rebeldes foram mortos na cruz ao longo da estrada de Roma a Cápua no ano de 71 aC.
Embora a crucificação fosse considerada demasiadamente abominável para ser usada contra os próprios cidadãos romanos, a prática não foi oficialmente abolida dentro do império até 438 dC.
Aprendemos na escola que, ao menos teoricamente, a dominação romana terminou em 476 dC, quando a cidade caiu e foi tomada por invasores hérulos, um povo germânico do sul da Escandinávia. No entanto, o novo saque a Roma nem foi um incidente tão significativo assim. A então capital do império, Constantinopla, há muito tempo já havia superado Roma em questão de riqueza, população e importância.
Na época de sua “queda”, a importância de Roma já tinha até sido suplantada, a oeste, pela cidade de Ravenna, a capital do Império do Ocidente. Outra razão pela qual a queda de Roma não foi tão catastrófica como se imaginava foi o general Flávio Odoacro, rei da tribo germânica dos hérulos, que depôs o último imperador romano do Ocidente. O militar bárbaro não queria, na realidade, mudar muito as coisas, ele só queria estar no comando. Odoacro fez questão de reconhecer o verdadeiro imperador em Constantinopla e manter o status quo.
Para um habitante qualquer de Roma, a vida continuou como de costume durante décadas após o fim do reinado do último imperador de Roma. Isso porque as tribos germânicas que passaram a governar a região já haviam feito parte do Império Romano como Estado-cliente – cuja população correspondia a uma considerável parte do contingente militar romano e era considerada “quase cidadãos”. Quando uma coalizão de bárbaros e romanos finalmente derrotou os hunos em 451, foi incrivelmente difícil dizer qual parte dos soldados era composta de romanos e quem dali era bárbaro.
O que de fato sacramentou o fim do Império Romano não foram as invasões estrangeiras, mas sim uma série de guerras civis que assolaram suas fronteira. O exército romano, com seu armamento, suas vestimentas e seus generais bárbaros, começou a lutar contra si mesmo cada vez mais, reduzindo o Império do Ocidente a incontáveis reinos rebeldes com apenas uma frágil união sob o comando de um punhado de senhores da guerra.
Independentemente do declínio do Império Romano do Ocidente, o do Oriente sobreviveu por mais mil anos, governando até grandes porções de terra hoje pertencentes à Itália em vários momentos durante esse tempo.
Descoberto monumento gigante mais antigo que as pirâmides do Egito
A gente já falou aqui de 15 fatos fascinantes sobre o Antigo Egito, mas essa descoberta recente tem tudo para fazer essa lista crescer.
Durante anos, os arqueólogos ficaram intrigados com uma estrutura de cerca de 150 metros de comprimento localizada perto do Mar da Galiléia. Enquanto alguns acreditavam que se tratava dos restos de uma parede ou algo assim, novas descobertas indicam que não havia uma cidade naquela região. Logo, não teria por que ter uma parede ali, no meio do nada. Ao invés disso, um arqueólogo agora diz que aquela estrutura pertenceu, um dia, a um monumento construído na forma de uma lua crescente entre 3.050 aC e 2.650 aC.
Ido Wachtel, um estudante de doutorado na Universidade Hebraica de Jerusalém, estima a idade do monumento pelo estudo de alguns fragmentos de cerâmica que foram escavados no local. Ele acredita que a estrutura foi construída para ser uma “marca de posse e afirmar autoridade e os direitos sobre os recursos naturais por uma população rural ou pastoral local”.
A forma pode ter tido uma importância simbólica, uma vez que o crescente lunar é um símbolo de um antigo Deus da Lua na Mesopotâmia, chamado Sin. Além disso, uma antiga cidade chamada Bet yerah (que significa “casa do Deus da Lua”) está localizado a apenas um dia de caminhada dali.
Enquanto o monumento está muito longe de ter sido uma fortificação eficaz, ele pode ter ajudado a marcar as fronteiras da cidade.
A estimativa é que algo em torno de 35 mil dias tenham sido investidos nessa construção. Se esse número estiver correto, significa que uma equipe de 200 pessoas trabalharam nela
Como egípcios construíram as pirâmides? Os físicos têm uma resposta simples
A pergunta “como egípcios construíram as pirâmides?” parece ser uma das mais clássicas de todos os tempos. A magnitude das construções – em contraste com a aparente e suposta falta de tecnologia da época – faz com que esse de fato seja um dos grandes mistérios da humanidade.
Mas os físicos parecem ter uma resposta, e ela pode ser mais simples do que você imagina
Então é natural que ainda hoje estejamos debatendo como os egípcios conseguiram mover esses blocos e fazer essas construções tão absurdamente monumentais. Mas a espera por uma resposta acabou. Agora, os cientistas têm uma nova hipótese: eles rolaram as pedras.
Eu disse que era simples. Você deve estar se perguntando: beleza, mas exatamente como eles rolaram as pedras?
Eles fizeram uma espécie de cinta com hastes de madeira para envolver os blocos de pedras, transformando cada quadrado em um dodecágono, fazendo com que eles se deslocassem mais facilmente se deslizando sobre as hastes.
Um grupo de curiosos testou a ideia em um modelo em escala, que consiste em um bloco de concreto de 20 cm², 40 cm de comprimento e 30 kg de peso. Eles anexaram um conjunto de três hastes de madeira para cada face do bloco, transformando a sua seção transversal de quadrado em dodecágono.
Finalmente, então, eles ligaram um cabo para o topo do bloco e mediram a força necessária para definir o bloco de rolamento. As medições indicam que o bloco experimenta um coeficiente de atrito dinâmico igual a 0,3, para um movimento de rotação constante. Isto exigiria que os egípcios aplicassem uma força de apenas 0,15 vezes o peso da pedra para puxá-la com uma corda enrolada em torno do bloco.
Depois eles calcularam que uma equipe de cerca de 50 homens seria necessária para mover um bloco com uma massa de 2,5 toneladas a uma velocidade de 0,5 metros por segundo. No caso de blocos de pirâmide em escala, as hastes de madeira teriam de ser toras de aproximadamente 30 cm de diâmetro, semelhante em tamanho às toras usadas como mastros de navios que navegavam pelo Nilo. Seria algo assim:
Na verdade, para ser mais precisa, esta nova ideia é uma variação de uma ideia mais antiga, que tem a teoria de que os egípcios ligavam os blocos de pedras em círculos, transformando-os em cilindros que poderiam ser facilmente rolados até chegarem ao seu destino. Mas essa ideia tem algumas falhas: os cilindros teriam exercido uma enorme pressão no solo, causando danos consideráveis às estradas. Estimativas modernas da taxa na qual a pirâmide foi construída sugerem que os trabalhadores moveram cerca de 40 blocos por dia. Se assim realmente foi, as estradas teriam exigido uma manutenção considerável
Mistério de como os antigos egípcios construíram suas pirâmides pode ter sido resolvido
Físicos da Universidade de Amsterdã (Holanda) podem ter resolvido um mistério de longa data: o de saber como os antigos egípcios construíram suas incríveis pirâmides, com pedras enormes e pesadas, em alturas impressionantes.
Egípcios jogavam RPG 2.200 anos atrás?
Segundo os cientistas, os egípcios podem ter sido capazes de mover enormes blocos de pedra através do deserto molhando a areia na frente de um aparelho construído para puxar os objetos pesados.
Os físicos queriam saber qual era a força necessária para puxar objetos pesados em um trenó gigante sobre a areia do deserto. Umedecê-la, eles descobriram, reduz o atrito no trenó, que por sua vez fica muito mais fácil de operar.
Esta teoria não surgiu do nada. Ela veio através da observação de uma pintura encontrada na parede do túmulo do governante egípcio Djehutihotep, que retrata pessoas puxando um trenó com uma enorme estátua a bordo.
A pintura, que remonta a cerca de 1900 aC, mostra 172 homens transportando a imensa estátua usando cordas, sendo que uma pessoa pode ser vista em pé na frente do trenó, despejando um líquido sobre a areia.
A partir disso, os pesquisadores decidiram testar a ideia em laboratório. Eles usaram uma pequena versão de um trenó puxado através de uma bandeja de areia. Em seguida, mediram a quantidade de força de tração necessária para mover o trenó, bem como a rigidez da areia.
Por fim, molharam-na. Com a quantidade correta de umidade, a força de tração necessária para puxar o trenó com uma enorme pedra pela areia reduziu pela metade.
“Pontes capilares surgem quando a água é adicionada à areia. Estas são pequenas gotas de água em que os grãos de areia se ligam. Na presença da quantidade adequada de água, a areia molhada é cerca de duas vezes mais rígida que areia seca. O trenó desliza mais facilmente sobre a areia firme, simplesmente porque ela não se acumula na frente do trenó como a areia seca”, explicam os físicos.
O estudo, publicado na revista Physical Review Letters, além de resolver o mistério das pirâmides, também tem aplicações modernas: as descobertas podem ajudar pesquisadores a entender o comportamento de outros materiais granulares, como asfalto, concreto ou carvão, o que poderia levar a formas mais eficientes para o transporte desse
recursos
Arqueólogos usam sistema robótico para desvendar um segredo de dois mil anos
A religião cristã ocidental usava o termo para denominar todos os indivíduos que não se encontravam dentro de seus limites – ou seja, de eslavos a árabes, todos eram considerados bárbaros. Aqueles que não correspondiam ao padrão da cristandade eram “grosseiros” e “incultos”. O escritor francês Michel de Montaigne resumiu bem o significado histórico da palavra quando escreveu: “cada homem chama ‘barbárie’ aquilo que não é a sua própria prática”.
2. Os romanos não inventaram a crucificação
Embora as narrativas que contam a paixão de Cristo tenham contribuído para fazer com que a execução por crucificação seja sinônimo de Roma Antiga em muitas mentes, a prática provavelmente se originou na Pérsia por volta do ano 500 aC. A partir daí, a punição extrema se espalhou para terras mais distantes como a Índia, o Egito, Cartago, a Macedônia, algumas terras celtas, assim como para Roma, entre outras regiões.
Pelo menos uma passagem do Velho Testamento bíblico sugere que os judeus da época já empregavam uma punição semelhante. Alexandre, o Grande, também havia mostrado a popularidade do ato ao invadir a cidade de Tiro e crucificar 2 mil de seus habitantes homens adultos, no século 4 aC. Na verdade, eram os cartagineses que talvez fizeram o uso mais extensivo da crucificação, e é provável que tenha sido a partir deles que os romanos adotaram a prática. Ao contrário de Cartago, que ocasionalmente crucificava seus próprios generais caso perdessem uma batalha, Roma não costumava crucificar seus próprios cidadãos.
Considerada a mais extrema sentenças de morte, a execução por crucificação era uma punição longa, cruel e dolorosa que os governantes do Império Romano reservavam para os seus piores criminosos, como Spartacus e seus companheiros rebeldes (além de, claro, Jesus). Os romanos, que viviam sempre com medo de revoltas de escravos devido à ampla utilização de tal forma de trabalho, responderam à revolta liderada por Spartacus com uma das maiores crucificações em massa da história. Na ocasião, aproximadamente 6 mil escravos rebeldes foram mortos na cruz ao longo da estrada de Roma a Cápua no ano de 71 aC.
Embora a crucificação fosse considerada demasiadamente abominável para ser usada contra os próprios cidadãos romanos, a prática não foi oficialmente abolida dentro do império até 438 dC.
1. A queda de Roma não acabou com o Império Romano
Aprendemos na escola que, ao menos teoricamente, a dominação romana terminou em 476 dC, quando a cidade caiu e foi tomada por invasores hérulos, um povo germânico do sul da Escandinávia. No entanto, o novo saque a Roma nem foi um incidente tão significativo assim. A então capital do império, Constantinopla, há muito tempo já havia superado Roma em questão de riqueza, população e importância.
Na época de sua “queda”, a importância de Roma já tinha até sido suplantada, a oeste, pela cidade de Ravenna, a capital do Império do Ocidente. Outra razão pela qual a queda de Roma não foi tão catastrófica como se imaginava foi o general Flávio Odoacro, rei da tribo germânica dos hérulos, que depôs o último imperador romano do Ocidente. O militar bárbaro não queria, na realidade, mudar muito as coisas, ele só queria estar no comando. Odoacro fez questão de reconhecer o verdadeiro imperador em Constantinopla e manter o status quo.
Para um habitante qualquer de Roma, a vida continuou como de costume durante décadas após o fim do reinado do último imperador de Roma. Isso porque as tribos germânicas que passaram a governar a região já haviam feito parte do Império Romano como Estado-cliente – cuja população correspondia a uma considerável parte do contingente militar romano e era considerada “quase cidadãos”. Quando uma coalizão de bárbaros e romanos finalmente derrotou os hunos em 451, foi incrivelmente difícil dizer qual parte dos soldados era composta de romanos e quem dali era bárbaro.
O que de fato sacramentou o fim do Império Romano não foram as invasões estrangeiras, mas sim uma série de guerras civis que assolaram suas fronteira. O exército romano, com seu armamento, suas vestimentas e seus generais bárbaros, começou a lutar contra si mesmo cada vez mais, reduzindo o Império do Ocidente a incontáveis reinos rebeldes com apenas uma frágil união sob o comando de um punhado de senhores da guerra.
Independentemente do declínio do Império Romano do Ocidente, o do Oriente sobreviveu por mais mil anos, governando até grandes porções de terra hoje pertencentes à Itália em vários momentos durante esse tempo.
Descoberto monumento gigante mais antigo que as pirâmides do Egito
A gente já falou aqui de 15 fatos fascinantes sobre o Antigo Egito, mas essa descoberta recente tem tudo para fazer essa lista crescer.
Durante anos, os arqueólogos ficaram intrigados com uma estrutura de cerca de 150 metros de comprimento localizada perto do Mar da Galiléia. Enquanto alguns acreditavam que se tratava dos restos de uma parede ou algo assim, novas descobertas indicam que não havia uma cidade naquela região. Logo, não teria por que ter uma parede ali, no meio do nada. Ao invés disso, um arqueólogo agora diz que aquela estrutura pertenceu, um dia, a um monumento construído na forma de uma lua crescente entre 3.050 aC e 2.650 aC.
Faça as contas comigo
Isso significa que a tal estrutura é anterior ao Antigo Testamento, às pirâmides egípcias e, possivelmente, a Stonehenge (um monumento megalítico da Idade do Bronze, que é um dos mais famosos do mundo).Ido Wachtel, um estudante de doutorado na Universidade Hebraica de Jerusalém, estima a idade do monumento pelo estudo de alguns fragmentos de cerâmica que foram escavados no local. Ele acredita que a estrutura foi construída para ser uma “marca de posse e afirmar autoridade e os direitos sobre os recursos naturais por uma população rural ou pastoral local”.
A forma pode ter tido uma importância simbólica, uma vez que o crescente lunar é um símbolo de um antigo Deus da Lua na Mesopotâmia, chamado Sin. Além disso, uma antiga cidade chamada Bet yerah (que significa “casa do Deus da Lua”) está localizado a apenas um dia de caminhada dali.
Enquanto o monumento está muito longe de ter sido uma fortificação eficaz, ele pode ter ajudado a marcar as fronteiras da cidade.
O novo monumento egípcio
De acordo com os dados da pesquisa de Wachtel, a estrutura possui cerca de 150 metros. Tem 20 metros de comprimento e 20 metros de largura em sua base, e está preservada até uma altura de 7 metros.A estimativa é que algo em torno de 35 mil dias tenham sido investidos nessa construção. Se esse número estiver correto, significa que uma equipe de 200 pessoas trabalharam nela
Como egípcios construíram as pirâmides? Os físicos têm uma resposta simples
A pergunta “como egípcios construíram as pirâmides?” parece ser uma das mais clássicas de todos os tempos. A magnitude das construções – em contraste com a aparente e suposta falta de tecnologia da época – faz com que esse de fato seja um dos grandes mistérios da humanidade.
Mas os físicos parecem ter uma resposta, e ela pode ser mais simples do que você imagina
Como egípcios construíram as pirâmides?
A Grande Pirâmide de Gizé é a última das “sete maravilhas” do mundo. A estrutura de 4.500 anos de idade foi construída a partir de 2,4 milhões de blocos de pedra calcária, a maioria pesando cerca de 2,5 toneladas. Pausa para processar essa informação: T-O-N-E-L-A-D-A-S. E ninguém tinha nem ideia do que era um guindaste.Então é natural que ainda hoje estejamos debatendo como os egípcios conseguiram mover esses blocos e fazer essas construções tão absurdamente monumentais. Mas a espera por uma resposta acabou. Agora, os cientistas têm uma nova hipótese: eles rolaram as pedras.
Eu disse que era simples. Você deve estar se perguntando: beleza, mas exatamente como eles rolaram as pedras?
Eles fizeram uma espécie de cinta com hastes de madeira para envolver os blocos de pedras, transformando cada quadrado em um dodecágono, fazendo com que eles se deslocassem mais facilmente se deslizando sobre as hastes.
Um grupo de curiosos testou a ideia em um modelo em escala, que consiste em um bloco de concreto de 20 cm², 40 cm de comprimento e 30 kg de peso. Eles anexaram um conjunto de três hastes de madeira para cada face do bloco, transformando a sua seção transversal de quadrado em dodecágono.
Finalmente, então, eles ligaram um cabo para o topo do bloco e mediram a força necessária para definir o bloco de rolamento. As medições indicam que o bloco experimenta um coeficiente de atrito dinâmico igual a 0,3, para um movimento de rotação constante. Isto exigiria que os egípcios aplicassem uma força de apenas 0,15 vezes o peso da pedra para puxá-la com uma corda enrolada em torno do bloco.
Depois eles calcularam que uma equipe de cerca de 50 homens seria necessária para mover um bloco com uma massa de 2,5 toneladas a uma velocidade de 0,5 metros por segundo. No caso de blocos de pirâmide em escala, as hastes de madeira teriam de ser toras de aproximadamente 30 cm de diâmetro, semelhante em tamanho às toras usadas como mastros de navios que navegavam pelo Nilo. Seria algo assim:
Na verdade, para ser mais precisa, esta nova ideia é uma variação de uma ideia mais antiga, que tem a teoria de que os egípcios ligavam os blocos de pedras em círculos, transformando-os em cilindros que poderiam ser facilmente rolados até chegarem ao seu destino. Mas essa ideia tem algumas falhas: os cilindros teriam exercido uma enorme pressão no solo, causando danos consideráveis às estradas. Estimativas modernas da taxa na qual a pirâmide foi construída sugerem que os trabalhadores moveram cerca de 40 blocos por dia. Se assim realmente foi, as estradas teriam exigido uma manutenção considerável
Mistério de como os antigos egípcios construíram suas pirâmides pode ter sido resolvido
Físicos da Universidade de Amsterdã (Holanda) podem ter resolvido um mistério de longa data: o de saber como os antigos egípcios construíram suas incríveis pirâmides, com pedras enormes e pesadas, em alturas impressionantes.
Os físicos queriam saber qual era a força necessária para puxar objetos pesados em um trenó gigante sobre a areia do deserto. Umedecê-la, eles descobriram, reduz o atrito no trenó, que por sua vez fica muito mais fácil de operar.
Inspiração artística
Se você está pensando: dá onde os pesquisadores tiraram essa de que essas pedras eram movidas por um trenó?Esta teoria não surgiu do nada. Ela veio através da observação de uma pintura encontrada na parede do túmulo do governante egípcio Djehutihotep, que retrata pessoas puxando um trenó com uma enorme estátua a bordo.
A pintura, que remonta a cerca de 1900 aC, mostra 172 homens transportando a imensa estátua usando cordas, sendo que uma pessoa pode ser vista em pé na frente do trenó, despejando um líquido sobre a areia.
A partir disso, os pesquisadores decidiram testar a ideia em laboratório. Eles usaram uma pequena versão de um trenó puxado através de uma bandeja de areia. Em seguida, mediram a quantidade de força de tração necessária para mover o trenó, bem como a rigidez da areia.
Por fim, molharam-na. Com a quantidade correta de umidade, a força de tração necessária para puxar o trenó com uma enorme pedra pela areia reduziu pela metade.
“Pontes capilares surgem quando a água é adicionada à areia. Estas são pequenas gotas de água em que os grãos de areia se ligam. Na presença da quantidade adequada de água, a areia molhada é cerca de duas vezes mais rígida que areia seca. O trenó desliza mais facilmente sobre a areia firme, simplesmente porque ela não se acumula na frente do trenó como a areia seca”, explicam os físicos.
O estudo, publicado na revista Physical Review Letters, além de resolver o mistério das pirâmides, também tem aplicações modernas: as descobertas podem ajudar pesquisadores a entender o comportamento de outros materiais granulares, como asfalto, concreto ou carvão, o que poderia levar a formas mais eficientes para o transporte desse
recursos
Arqueólogos usam sistema robótico para desvendar um segredo de dois mil anos
A cidade pré-hispânica de Teotihuacan, situada a cerca de uma hora da cidade do México e tombada pela UNESCO, foi em sua época a maior cidade do mundo. Sua origem desafia os arqueólogos, que chegaram à conclusão que nenhum povo antigo conhecido a construiu; seus habitantes apenas desapareceram da história. Em seu auge ela teria sido um centro multi-étnico, abrigando Zapotecas, Mixtecas, Nahuas e Maias. Seu declínio ocorreu em torno do século VII, e quando Hernán Cortés chegou ela já estava semi-abandonada há séculos, mas os astecas se referiam àquele povo misterioso como “seus ancestrais”.
Apesar disso ela nunca esteve absolutamente vazia, já que foi ocupada por outros povos e, mais recentemente, turistas e cientistas. Esses últimos encontraram lugares que nunca foram explorados, em especial uma câmara subterrânea de quase dois mil anos de idade.
Em 2003, arqueólogos encontraram uma câmara abaixo do Templo da Serpente Emplumada que os pesquisadores acreditam que foi usada para cerimônias reais e enterros, e cuja idade foi estimada em 1900 anos, o que o dataria como mais velho do que o Templo e a própria cidade, apesar do primeiro povoado datar de 600 AEC. A câmara foi selada intencionalmente pelos últimos habitantes de Teotihuacan, e para descobrir seu interior sem perturbá-la, arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e História do México vão usar um conjunto robótico capaz de adentrar onde humanos não podem.
O conjunto, chamado Tlaloc-II, consiste de três pequenos robôs com funções distintas: o primeiro e maior se encarregará de levar os outros dois menores para o interior da câmara. Sim, ele é basicamente o “reboque”. Uma vez lá dentro, o segundo robô ficará encarregado de analisar o interior. Já o terceiro é basicamente um drone: possui quatro propulsores e pode ficar suspenso no ar, enquanto captura imagens com sua câmera.
Versões anteriores ao Tlaloc-II foram testadas e já enviaram algumas imagens da câmara. Segundo relatos, elas mostram que o túnel foi revestido com símbolos de pedra, e que ele foi “posteriormente selado para guardar algo muito importante no final do duto da câmara principal.”
O drone ainda está em fase de teste, então os arqueólogos simplesmente não fazem a menor ideia do que vão encontrar no fim da câmara, e por isso mesmo estão bem empolgados. Esperemos que não seja uma cobra gigante
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