Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o santificou.
quarta-feira, 27 de maio de 2015
Tróia: o mito da cidade perdida 0 24 de Agosto de 2013 Esta lendária cidade, cenário da Guerra de Tróia que durou dez anos, está profundamente ligada a algumas das mais proeminentes personagens da mitologia grega, desde as deusas Hera, Atena e Afrodite (e a incomparável beleza de Helena) até aos heróis como Aquiles, Páris e Odisseu. A maioria das pessoas conhecem a história da queda de Tróia, mas haverá alguma verdade na lenda deste poderoso conflito causado pelo amor de Páris por Helena e que só terminou quando os gregos usaram o cavalo de Tróia? A guerra aconteceu mesmo? Existiu mesmo uma cidade chamada Tróia? O mito de Tróia tem início com a celebração do casamento do rei Peleu, um dos argonautas que acompanharam Jasão na sua busca pelo Velo de Ouro, com Tétis, uma deusa do mar. O casal esqueceu-se de convidar a deusa da discórdia Eris para o casamento, mas esta fez-se convidada e foi na mesma à boda. Irada, Éris atirou para a mesa uma maçã de ouro que tinha a inscrição «Para a mais bela». Hera, Atena e Afrodite tentaram ao mesmo tempo pegar na maçã. Para resolver o conflito, Zeus atribuiu a decisão crucial ao mais belo homem vivo -Páris, filho de Príamo, rei de Tróia. Hera prometeu a Páris que lhe daria grande poder se a escolhesse; Atena ofereceu-lhe glória militar e Afrodite prometeu-lhe 0 amor da mulher mais bela do mundo. Páris decidiu presentear Afrodite com a maçã de ouro e esta deu-lhe Helena, a esposa de Menelau. Assim, Páris partiu para a cidade grega de Esparta para a encontrar. O príncipe troiano foi recebido como convidado de honra no palácio de Menelau em Esparta. Quando Menelau se ausentou para ir a um funeral, Páris e Helena escaparam para Tróia, levando com eles uma grande parte das riquezas do rei. Ao regressar, Menelau ficou compreensivelmente irado ao descobrir que a sua esposa havia sido raptada e os seus tesouros tinham sido roubados. Imediatamente reuniu os antigos pretendentes de Helena que tinham feito um juramento havia muito tempo, de proteger 0 casamento de Helena e Menelau, decidiram formar um exército e partiram para Tróia. E assim foi plantada a semente para a lendária Guerra de Tróia. Após mais de dois anos de preparativos, a frota grega (que era constituída por mais de mil navios sob o comando de Agamémnon, rei de Micenas) reuniu-se no porto de Aulis, na Grécia oriental, pronta para a viagem até Tróia. Contudo, não havia vento que empurrasse os navios e 0 vidente Calchis disse a Agamémnon que os navios só partiriam se ele sacrificasse a sua filha Ifigênia à deusa Artémis. Depois de cumprido este bárbaro – mas aparentemente necessário – acto, os gregos puderam partir em direcção a Tróia. A batalha durou nove anos durante os quais vários grandes heróis de ambas as partes foram mortos, incluindo Aquiles, que foi morto por Páris. Mesmo assim, os gregos não conseguiam derrubar as grandes muralhas de Tróia e entrar na cidade. No décimo ano da guerra, o astuto Odisseu organizou a construção de um gigantesco cavalo de madeira, oco no interior, onde se escondiam guerreiros gregos e 0 próprio Odisseu. O cavalo foi deixado em frente dos portões de Tróia e a frota grega partiu como se tivesse sido derrotada. Quando os troianos viram os navios partir e 0 enorme cavalo de madeira às portas da cidade, acreditaram que a vitória era sua e levaram o cavalo para o interior das muralhas. Nessa noite os gregos desceram do cavalo e abriram os portões da cidade, permitindo a entrada de todo o exército grego. Os troianos, apanhados de surpresa, foram chacinados. Polixena, filha de Príamo, foi sacrificada no túmulo de Aquiles e Astíanax, filho de Heitor, foi também sacrificado. Apesar de Menelau ter tido a intenção de matar também a desleal Helena, a sua beleza arrebatou-o e ela foi poupada. A história de Tróia foi contada pela primeira vez em «A Ilíada» de Homero, escrita por volta de 750 a. C., à qual foram posteriormente acrescentados pormenores por escritores como o poeta romano Virgílio, na sua «Eneida», e Ovídio na obra «Metamorfoses». A maioria dos historiadores gregos da antiguidade, como Heródoto e Tucídides, estavam convencidos da historicidade da Guerra de Tróia. Estes escritores levaram Homero à letra e colocaram Tróia num monte sobre o Hellesponium (os modernos Dardanelos) – os estreitos entre o mar Egeu e o mar Negro. Esta era uma posição de grande importância em termos comerciais. Durante centenas de anos, exploradores e antiquários, fascinados pela lenda de Tróia, perscrutaram a área conhecida na antiguidade como Troas, agora pertencente ao Noroeste da Turquia. O mais bem sucedido e famoso explorador da cidade de Tróia foi o empresário alemão Heinrich Schliemann. Guiado por «A Ilíada» de Homero, ele assumiu que Tróia estava localizada num monte em Hisarlik, a poucos quilómetros dos Dardanelos, e começou em 1870 as escavações nesse local, que decorreram até 1890. Schliemann descobriu as ruínas de uma série de cidades da antiguidade, começando no início da Idade do Bronze (terceiro milénio antes da nossa era) e acabando no período romano. Acreditando que Tróia seria encontrada nos níveis inferiores, Schliemann, de forma apressada e irresponsável, escavou através dos níveis superiores e assim destruiu irremediavelmente muitos indícios vitais. Em 1873 ele desenterrou uma variedade de artefactos de ouro, que baptizou de Tesouro de Príamo. Depois anunciou ao mundo que havia descoberto a Tróia de Homero. Tem havido uma acesa discussão sobre se Schliemann encontrou os artefactos de ouro no local que indicou, ou se os mandou lá colocar para comprovar as suas afirmações de que o local era de facto a fabulosa cidade de Tróia. Schliemann é conhecido por ter distorcido os factos em várias ocasiões, mas apesar de ele ter reclamado para si a descoberta de Tróia em Hisarlik, quando Schliemann
chegou pela primeira vez a Troas já o arqueólogo e diplomata inglês Frank Calvert tinha começado a fazer escavações havia bastante tempo em partes de Hisarlik, por estas se encontrarem em terras da sua família. Calvert estava convencido de que Hisarlik era o local onde se encontrava a antiga Tróia e mais tarde colaborou com Schliemann no início das suas escavações. Contudo, quando mais tarde foi mundialmente aclamado pela descoberta da cidade homérica, Schliemann recusou-se a admitir que Calvert tivesse algo que ver com o feito. Na actualidade, os herdeiros ingleses e americanos de Frank Calvert reclamam uma parte do tesouro que Schliemann e Calvert recuperaram da escavação de Hisarlik. Pensa-se agora que os espectaculares achados de ouro descobertos por Schliemann são provenientes de uma cidade muito mais antiga do que ele acreditava ser possível no monte de Hisarlik. A cidade que Schliemann pensava tratar-se da Tróia de Homero foi de facto datada entre de 2400 e 2200 a. C., pelo menos mil anos antes da data geralmente aceite para a Guerra de Tróia. Apesar da atitude egoísta de Schliemann, ele conseguiu chamar a atenção do mundo para Hisarlik. Depois das suas escavações foram feitas ainda investigações por Wilhelm Dõrpfeld (1893-1894), pelo arqueólogo americano Carl Blegen, entre 1932 e 1938, e de 1988 até 2005 por uma equipa das Universidades de Tübingen e de Cincinnati, sob a supervisão do falecido professor Manfred Korfmann. As escavações em Tróia demonstraram que houve no local nove fases e cidades distintas, com várias subfases. Estas fases começam no terceiro milénio a. C. (início da Idade do Bronze) com Tróia I e acabam no período helénico (323-31 a. C.) com Tróia IX. A fase Tróia Vila (1300-1180 a. C.), no final da Idade do Bronze, é a candidata mais provável como cenário da Tróia de Homero, principalmente devido à datação que a coloca em sintonia com as descrições de Homero, bem como ao facto de nela existirem indícios de incêndios, que levam a crer que a cidade foi destruída durante uma guerra. O contacto entre a Grécia continental e Tróia Vila é atestado pela presença de artefactos micénicos (final da Idade do Bronze) importados da Grécia, em particular cerâmica. A cidade de Tróia Vila era de um tamanho considerável e foram feitos achados na cidade e no forte que incluem restos humanos parciais e algumas pontas de flecha de bronze. No entanto, uma grande parte de Tróia Vila permanece por escavar e os achados são geralmente insuficientes para se poder argumentar com toda a certeza que a destruição do local foi obra de mãos humanas e não de uma catástrofe natural, como um gigantesco terramoto. Contudo, se interpretarmos a cidade homérica de Tróia como uma verdade histórica, então os conhecimentos de que dispomos hoje levam-nos a pensar que Tróia Vila é a que melhor se encaixa nos factos. Recentemente, os geólogos John C. Kraft, da Universidade do Delaware, e John V. Luce, do Trinity College em Dublin, revelaram indícios que parecem apoiar a teoria de que o monte de Hisarlik é a localização de Tróia. Este par de cientistas levou a cabo um estudo geológico da paisagem e das características costeiras da área à volta de Hisarlik, que revelou serem a sedimentologia e a geomorfologia da região consistentes com as características descritas em «A Ilíada». Pode até haver alguns factos históricos que sustentem o que é talvez o pormenor mais fantástico na narrativa de Homero – o colossal Cavalo de Tróia. O historiador inglês Michael Wood sugeriu que, em vez de ser um astuto estratagema para a entrada na cidade, o Cavalo de Tróia poderia ter sido um grande aríete ou uma máquina de cerco primitiva com uma forma semelhante à de um cavalo. A utilização de tais armas é conhecida na Grécia clássica. Por exemplo, os espartanos utilizaram aríetes no cerco de Plataea em 429 a. C. Sabemos também que o símbolo do cavalo era utilizado para representar Poseidon, o terrível deus dos terramotos. Talvez o Cavalo de Tróia seja uma metáfora para um terramoto que se abateu sobre a cidade, enfraquecendo fatalmente as suas defesas e facilitando o acesso dos exércitos gregos. Outras provas para a existência histórica de Tróia, apesar de controversas, vêm de cartas encontradas nos arquivos do império hitita da Anatólia (a moderna Turquia). Estas cartas, datadas de aproximadamente 1320 a. C., referem-se a tensões políticas e militares com um poderoso império chamado Ahhiyawa por causa do controlo do reino Wilusa, amiúde associado ao grego Ilios, a Tróia e a Ahhiyawa (com a palavra grega Achaea, o país dos Achaeanos, que é como Homero se refere aos gregos em «A Ilíada»). Estas associações permanecem controversas, mas têm vindo a ganhar cada vez mais aceitação entre os estudiosos à medida que progride o estudo das relações entre a Grécia e o Próximo Oriente no final da Idade do Bronze. Infelizmente, ainda não foi encontrado qualquer texto hitita que faça uma referência específica a um conflito em Troas que possa ser identificado com a Guerra de Tróia. Assim, podemos perguntar se houve de facto algum conflito prolongado em Hisarlik por volta de 1200 a. C. que possamos afirmar tratar-se da Guerra de Tróia? Talvez não. Homero escreveu sobre uma era semimítica de heróis, cujos pormenores foram passados oralmente de geração em geração durante pelo menos quatro séculos. Mesmo que a guerra tenha acontecido, muita da sua história foi perdida ou alterada ao longo desse tempo. É sabido que existem aspectos na narrativa de Homero que parecem estar de acordo com o final da Idade do Bronze, tais como vários tipos de armaduras e armas que encaixavam melhor em 1200 a. C. do que em 750 a. C., época em que o poeta escreveu. Homero menciona também certas cidades gregas das quais pouco restava no seu próprio tempo, como sendo particularmente significativas aquando da Guerra de Tróia. Escavações arqueológicas efectuadas nestes locais provaram frequentemente que estas cidades eram de facto muito importantes durante o final da Idade do Bronze. Talvez seja mais provável que a história de Homero se trate de uma memória de alguns destes conflitos entre o mundo grego e os habitantes de Troas, condensados numa épica batalha final, uma guerra que acabaria com as guerras. De certa forma, a história da Guerra de Tróia é então baseada em factos históricos, apesar de ter sido ornamentada por séculos de tradição oral, durante os quais foram inseridos os elementos sobrenaturais do conto. Talvez até a bela Helena de Tróia tenha sido adicionada à narrativa semi-histórica por um contador de histórias posterior - See more at: http://paradigmatrix.net/ciencia/arqueologia/troia-o-mito-da-cidade-perdida/#sthash.LCi5NAU6.dpuf
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